Wing Chun São Roque

SIFU

Antes de iniciar essa matéria do blog, gostaria de compartilhar com os leitores um dos vídeos que verdadeiramente me emociona, é uma versão do vídeo SunScreen, feita por um grande praticante de Wing Chun e grande amigo chamado Thiago Pereira da escola Moy Yat Ving Tsun, o vídeo fala por si,confiram:

O vídeo acima representa o peso e respeito do titulo de Sifu!

Sifu pode também ser traduzido como pai que ensina, e o conselho de conviver com o Sifu e ter benefícios na vida Kung Fu é fato.

Erroneamente muitos acreditam que para se tornar Sifu é preciso apenas concluir os níveis de aprendizados marciais que a escola oferece, quando na verdade a “maestria” é algo bem complexo e que infelizmente é 

uma palavra banalizada, é fácil encontrar vários pseudo-s praticantes, se intitulando Sifu, sem ao menos conseguir destrinchar a arte marcial que pratica, só pensando num contexto marcial, no exibicionismo de ser um grande lutador, de ter “quebrado” marginal em situações “reais” e de saber produzir campeões, o que é ser campeão? Um conselho á quem ira praticar uma arte marcial, é cobrar a arvore genealógica da escola á qual ira adentrar, conversar e descobrir as ideologias e pensamentos que seu Sifu segue, drenar o Maximo de informações que puder e ter bom senso na escolha, afinal arte marcial requer tempo e dedicação, é frustrante após anos de treino, saber que estava envolvido com algum picareta aproveitador da arte marcial para fazer dinheiro!

Certa vez no começo do meu aprendizado perguntei á meu Sifu Peterson Menezes, o que era preciso para se tornar um Sifu, ele olhou e apenas disse “Não sei!”. Essa resposta me incomodou por um tempo, será que ele não sabia explicar, ou não queria me dar dicas para se tornar um Sifu um dia!

O tempo passou e em 2009 comecei a lecionar, os alunos me chamavam de Sihing (irmão mais velho) e eu já tinha esquecido o fato acima, e um dia, um aluno me disse no final do treino: “Obrigado Sifu, pelo treino”. Imediatamente corrigi e falei, não sou Sifu, sou Sihing, e ele me perguntou o que precisa para ser considerado Sifu, da mesma forma respondi. “Não sei”.

Chegando em casa comentei o fato com o meu Sifu, que disse não com as mesmas palavras, mas com o mesmo entendimento: “O reconhecimento de quem você lidera, é o primeiro passo para ser Sifu, suas atitudes, seu empenho no treino, e viver o Kung Fu vão determinar e sacramentar o titulo futuramente, não é errado nem certo permitir ou não permitir que seu aluno te chame de Sifu, em teoria se a sua habilidade de ensinar motivou seu aluno a te chamar de Sifu, é que algo diferente e de grande reconhecimento esta sendo feito, mas também não quer dizer que você é alguma coisa, o titulo é o menos importante, o que importa é ser alguém de valor e que procura fazer o bem da melhor forma possível, esqueça os títulos, as coisas devem acontecer de forma natural!”.

Essa frase foi de um impacto gigante, e coincidentemente foi algo relacionado á parte filosófica que o Sifu tinha citado no meu ultimo treino com ele, em que ele falava da “Apranihita” (Ausencia de metas), simplificando o termo, muitas vezes colocamos metas e parametros para a felicidade, é fácil ver pessoas fantasiando melhoras “quando eu tiver um carro, vai ser tudo melhor”, “Quando casar com ela, tudo ficara bem”, momentaneamente a realização vai ser plena, mas o carro certamente vai quebrar um dia, vai dar algum problema, e mulher não vai ser tão legal na TPM (calma leitoras) e o mais importante e mais interessante, se a meta é colocada a frente da vida, esquecemos de viver!

Voltando ao assunto, quem pratica Kung Fu por pelo menos á mais de 5 anos, deve ter se encaixado no vídeo do amigo Thiago Pereira, quando olhamos o passado, reclamamos que os treinos antigos eram mais pesados, que os alunos novos tinham mais respeito, que respeitávamos nosso Sihing, e o principal, percebemos a importância de conviver com o Sifu.

Conviver com o Sifu acaba nos mostrando uma maneira de conviver com todos, isso porque acabamos prestando muito atenção em cada detalhe do que o Sifu esta fazendo, seja em alguma técnica, ou simplesmente na maneira que ele toma seu chá, enquanto lhe explica os kuen kuits (ditados marciais) ou como ele brinca com seu filho, do mesmo modo que observamos nosso Sifu, deveríamos reparar em nossos colegas de treino, nossos companheiros profissionais, nossa conjugue e em todos ao nosso redor!

“Dedique-se á conhecer seu Sifu e Simo, é impossível de prever quando eles irão partir”, essa frase eu gosto de exapandi-la e dizer “dedique-se á conhecer as pessoas pela qual convive e tem grande consideração, é impossível de prever quando eles irão partir.”

Falando de minha experiência no convívio com o Sifu, é muito gratificante quando tenho a oportunidade de passar os finais de semana com ele, é admirável o quanto de conhecimento pode ser aproveitado, seja para desenvolver melhor uma técnica, entender um pouco mais sobre a cultura marcial, levar puxão de orelha, compartilhar a refeição e até aprender novas piadas e brincadeiras que também fazem parte da vida Kung Fu!

Fica aqui então meu agradecimento ao Sifu Peterson Menezes, pela paciência, alegria, persistência, confiança e responsabilidade em orientar e manter esse grandioso trabalho, eu agradeço profundamente por sua amizade, e pelo carinho fraternal que existe em nossa escola, e por dizer sempre as palavras certas nas horas ideais!

Agradeço também á meu Sigung Wong Chun Nin o qual tive oportunidade de conhecer e aprender muito, mesmo que em pouco tempo que estive com ele , em uma visita que fiz junto ao Sifu Peterson!

E como diria o vídeo:

“No Sifu Acredite”

“Uma Arte Marcial não é apenas uma luta, serve também como auto-conhecimento!”

Conheça nosso método de ensino!

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